Laranja Madura...

... na beira da estrada, tá bichada ou tem marimbondo no pé!!!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Isso me irrita!


Olá, pessoal! Estive sumida daqui, mas já expliquei que estava muito ocupada e tal. Agora que estou de volta, quero falar de um assunto que todo mundo tem vontade de falar, mas só eu tenho a cara de pau necessária: a chatice alheia. Tem um monte de coisas que as pessoas fazem e todo mundo acha um saco, mas ninguém fala. Todo mundo finge que está gostando e achando bonito.

A primeira da lista são os filhos. Todo mundo já está careca de saber o que eu penso sobre crianças (se não souber, clique aqui), mas vamos deixar a minha rabugice de lado e fazer de conta que eu sou uma pessoa normal. Por que as pessoas que têm filhos acham que o resto da humanidade tem que achar os chatinhos engraçadinhos, fofinhos e fazer festa com eles? Aí, só porque em casa os pais fazem festa com a criança, esta por sua vez não sabe diferenciar o que é dentro de casa e o que é fora de casa, e acham que o resto do mundo também vai fazer festa pra elas. Afe! Meus vizinhos de baixo têm uma filha chatinha à beça. E eles também são uns chatos, porque já tiveram filho com certa idade, então mais parecem avós do que pais. Aí a garota é o centro das atenções em casa e acha que na rua deve ser também. Um saco. Outro dia eu cheguei à casa e ela estava na rua. Me viu entrar e colou a cara no meu portão, achando que eu ia fazer graça com ela. Entrei e não dei a mínima, porque não gosto de crianças. Depois dela foi um outro garotinho que mora aqui perto. Fez a mesma coisa, colou a cara no portão. Eu também fiz a mesma coisa: ignorei. Pessoas que têm filhos, coloquem uma coisa na cabeça: as únicas pessoas no mundo que acham seus filhos fofos, são vocês mesmos. O resto finge, só pra não ficar chato.

Outra coisa chata: gente que puxa papo em ônibus, fila de banco, etc. Odeeeio isso! Será que não dá pra perceber que isso é um saco e que ninguém gosta? Que as pessoas só respondem por educação, mas que no fundo elas preferem ser engolidas pela terra do que falar com um chato que não consegue calar a boca? Tipo, ninguém está interessado no que você tem para dizer, então não diga. Cale a boca e só converse com quem você conhece. Não puxe papo no ônibus, principalmente se a pessoa estiver sentada na janelinha, pois a paisagem é bem mais agradável do que você. Hunf!

Visita que chega de surpresa. Que uó! Você doido pra descansar, ficar a toa e chega um chato que nem foi convidado. Dá vontade de fingir que não tem ninguém em casa e esperar ir embora. Será que essa gente não sabe se colocar no lugar dos outros? Se fosse com ele, ele ia gostar? Não, é claro. Então por que as outras pessoas são obrigadas a gostar? Chá de Simancol está caro? Compra Sintocol então, que é genérico e mais barato.

Gente que não para de falar um minuto. Conheço um cara assim. Ele começa a falar e não para mais. E não adianta você sair de perto, olhar pro lado, falar alguma coisa, que ele não para. Nem pra respirar. Isso é horrível, porque te deixa sem a opção de sair, interromper o assunto pra ir falar com alguém mais interessante, ou pegar uma bebida, qualquer coisa pra se livrar da conversa dele que, além de interminável, nunca é interessante. É capaz de você sair, demorar horrores e, quando voltar, ele ainda estar falando. Uma pessoa dessa só pode ter algum distúrbio, não é possível. A Linguística cognitiva deve explicar.

Por hoje é só, povo. Beijos e ahazem nos comments, que eu sei que vocês também têm um monte pra reclamar... hehehe...

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Tô voltando

Oi, gente. Após longo período de hibernação, estou de volta. Como estou meio enferrujada, vou postar hoje um texto que eu achei por acaso e que gostei muito. É a minha cara, eu poderia ter escrito isso... hehehe... Mas como o autor chegou primeiro e escreveu, eu me resigno a reproduzí-lo. Beijo para todos.

***

O sarado e o doente


Sarado é o que o nome está dizendo, aquele que se curou. Mas se curou de quê? Do seu próprio corpo, ora. O cara (ou a cara, talvez; até mais ela do que ele) matricula-se numa academia, submete os tímpanos a uma dieta de música tecno, o estômago a um tratamento à base de aveia, banana, açaí e complementos alimentares, e começa a malhar os próprios músculos; isto é, castigá-los, descer o cacete neles, exatamente como o ferreiro faz com seu lingote em brasa e as crianças do subúrbio com seus judas de palha e pano – pois é daí mesmo que vem a palavra malhação, de onde mais?Então, se repetir esse ritual com bastante afinco por meses, anos, o indivíduo, finalmente, sara. Sara tanto que às vezes acaba doente, mas esse paradoxo vamos comentar depois. Por enquanto, basta ter em mente que sarado é aquele que se curou como se cura um paciente crônico ou um queijo minas, que nesse processo troca a sua textura molhada, molenga e fofinha (de frescal) por uma constituição seca e rija (de curado), mais ao gosto do nosso tempo.

Não que sarado seja uma invenção do nosso tempo. Sei que é difícil acreditar, mas a gíria preferida dos malhadores de hoje, com seu jeitão tão atual quanto um pote de Megamass 2000, é antiguinha. O Aurélio a registra há décadas, com o sentido, senão exatamente de malhado, de “forte, rijo, resistente”. Sua origem é incerta, mas não pode haver dúvida sobre o que quer dizer. Como exemplo, o dicionário traz um curioso texto de sabor regionalista tirado de um livro chamado Tiziu e outras estórias, de Nelson de Faria: “Seu Maneco, cabra sarado, duro que nem uma aroeira...”. Como não é lícito supor sem forçar demais a barra que o Seu Maneco bombeasse um Nautillus, acabamos por chegar à conclusão de que também se fica sarado na lavoura. Fisiculturismo e enxada. O que prova duas verdades complementares: algumas palavras hibernam; somos menos modernos do que gostamos de imaginar.

Uma primazia, porém, ninguém tira de nossa época: nunca se atribuiu tanto valor a músculos. Houve um tempo – meninos, eu vi – em que um homem de musculatura apenas funcional ou uma mulher de popô meio gelatinoso podia sobreviver muito bem na selva social com armas arcaicas: bom papo, senso de humor, informação geral, elegância, tiradas espirituosas, bons dentes, gosto no vestir. Como garruchas da guerra do Paraguai, porém, essas armas caíram em desuso: qualquer dia o governo do estado as junta no Aterro e passa um rolo compressor em cima. No máximo, ainda que raramente, são usadas como acessórios por saradinhas e saradões, no papel de pálidos coadjuvantes de seus peitorais, glúteos e deltóides. Mas, como não costumam combinar com tais protagonistas, aos poucos vão saindo de cartaz.

Até aí tudo bem – ou tudo mal, depende – mas resta a pergunta: o sarado sara de quê? Vamos à tese. O escritor Thomas Mann – um alemão com menos músculos que um gafanhoto – escreveu, em A montanha mágica, essa frase intrigante: “A doença torna os homens mais físicos, privando-os de tudo que não seja o corpo”. Pois então. Se a irremediável decadência de todos os seres vivos é, como parece ser, grande inimiga da humanidade nos dias atuais, sua moléstia de eleição, então está justificado o egoísmo generalizado de mergulhar no próprio corpo e paparicá-lo, como se paparica um enfermo, não está? Ninguém sara para sempre, mas isso não importa: importa fazer tudo o que for possível, para remar com todas as forças nesse sentido. Para os radicais, vale até tomar anabolizante de cavalo e, aí sim, ficar doente, muito doente, mortalmente doente. Mas saradíssimo.


RODRIGUES, Sérgio. “O sarado e o doente”. In: Jornal do Brasil, Revista de Domingo, 2004.

domingo, 20 de setembro de 2009

Tô viva!




Oi, gente, eu não morri. Passei por aqui pra dizer que estou em um momento de vida muuuuito enrolado, ocupado e desesperado, por isso não postei nada novo. Assim que der eu volto. Beijos a todos.

domingo, 6 de setembro de 2009

Por um infeliz comentário...

Oi, gente. Quando alguém comenta aqui no blog, em qualquer post, mesmo que esse post seja antigo, o comentário vem direto pro meu e-mail. Isso facilita a minha vida, porque aí eu não preciso fuxicar todos os posts, desde o começo, pra ver os comentários e responder. Ocorre que há duas semanas eu recebi um comentário em um post antigo, Ver do que eu me livrei... não tem preço, que já até saiu daqui da página principal e foi pra página de postagens mais antigas. Olhem só o comentário que uma “Anônima” meeega nonsense escreveu pra mim:

Minha amiga, te falta sorte mesmo ou outra coisa...
Na lista dos seus ex, só tem coisa ruim!
Será que o problema não está em você?
Porque não deixa estes deuses do Olimpo que não tem resolvido nada e vá buscar o ÚNICO que pode resolver tudo?
Tá aí a sugestão de quem fez isso, e hoje é muito feliz ao lado de um homem com algumas graduações, mestrado e filhos lindos. Espero ter ajudado! Fica com Deus.

Tive de consertar uns errinhos de digitação, mas preservei os de pontuação. Olha a minha resposta:
Olá, coleguinha anônima. Só para constar, metade desses imbecis supracitados é crente. Eu já fui crente um dia, mas não me orgulho desse passado negro, simplesmente porque esse seu Deus nunca fez porra nenhuma por mim. Sou muito mais feliz agora que posso simplesmente ser eu mesma sem me preocupar com asneiras de "certo" e "errado". Você não ajudou nadinha com sua experiência de filhos lindos e, caso não tenha parado pra pensar, existe uma coisa chamada "verdade do texto", ou seja, nem tudo o que é escrito em literatura é verdade. Mas isso talvez o seu marido mega inteligente com Mestrado e muitas graduações possa te explicar. Outra coisa: por esses e outros comments anônimos fiz duas mudanças nas configurações do blog: proibi comentários anônimos e coloquei moderação. Agora o comentário só aparecerá depois que euzinha (a Rainha da Cocada Preta) deixar. Sem mais,

xoxo

Bruna.
Já queimei a mufa aqui tentando descobrir quem seria a tal “Anônima”, mas não descobri de jeito nenhum. Que eu me lembre, não tem nenhuma pessoa nas minhas listas de divulgação que se encaixe nesse perfil, o que facilita a minha vida na hora de soltar meu veneno, já que não sei mesmo com quem estou falando, então não preciso me preocupar em não ser grossa e nem ofender a pessoa. Bem feito. Se não fosse anônimo não passaria por isto. E por “isto”, eu me refiro à minha resposta e às considerações que eu vou fazer adiante.
Primeiro de tudo, a pessoa deveria saber que nem tudo o que reluz é ouro, ou seja, nem tudo o que se escreve em blogs é de verdade. E isso não vale só para blogs, vale também para romances, crônicas, contos e outras coisas, sejam elas publicadas na internet, em jornais, periódicos, livros impressos, e-books, etc. Por mais que haja semelhanças entre o texto e a vida de quem está escrevendo, nem tudo o que se escreve é de verdade. A gente sempre mescla os elementos e inventa coisas, então não dá pra tomar nada aqui como verdade. A gente só pode tomar por verdadeiros os textos de notícias de jornal, as biografias, os diários, etc.; e mesmo assim, sabendo que todos esses discursos são afetados pelo ponto de vista de quem escreve.
Em segundo lugar, odeio gente que te empurra a religião gola abaixo. Cada um no seu quadrado, né gente. Que saco! Se você acredita (ou quer acreditar), frequenta, tem fé, O PROBLEMA É SEU! Eu não gosto e tenho os meus motivos, pois experiência de vida a gente só adquire por conta própria. Não adianta vir gente daqui e dali achando que é superior, que vai pro céu e a gente vai pro inferno, que é melhor do que o resto da humanidade porque conhece a “verdade” e que pode revelar uma novidade baphônica que vai mudar a vida de todos os meros mortais. Francamente, a única verdade que eu sei – e que não dá pra contestar – é que esse povo é muito inconveniente, isso sim. Vive se metendo na vida dos outros e querendo influenciar o mundo. Que uóh!
No mais, só tenho a dizer que a minha intenção aqui no blog é fazer uma graça. Gosto de humor ácido e consigo fazer isso nos meus textos, mas o fato de eu escrever aqui não quer dizer que seja tudo verdade ou que tudo tenha acontecido comigo. Posso muito bem usar a vida dos outros e inventar coisas. Uma vez postei aqui um texto em co-autoria com uma amiga. Ela foi pra balada e eu não. Chegando lá teve uma situação engraçadíssima sobre a qual ela quis escrever. No final eu inseri uns comentários no texto pra ficar mais com a cara do blog. Pronto. Está aqui, mas eu nem vi acontecer e mesmo quem viu não escreveu tudo aquilo, porque eu mexi no texto. Espero que a Anônima leia isso, pra parar de falar besteira. Hunf!

UPDATE: olhem esse texto da minha amiga Cecilia. Falou todo o que eu queria e não consegui... hehehe...
http://clubedosrabujas.blogspot.com/2009/08/nao-pedi-sua-opiniao.html#comment-form

domingo, 23 de agosto de 2009

O pé-na-bunda digital



Oi, gente. Resolvi dar uma passadinha pra falar sobre um assunto que tem me inspirado muito ultimamente: o pé-na-bunda nosso de cada dia. Ocorre que o nosso bom e velho pé-na-bunda está cada vez mais moderno. Hoje em dia há “diversas variedades diferentes” (*) de tocos. Quando eu nasci já existia o celular (ai, não aguento essa gente que não admite a velhice chegando), mas houve um tempo em que só existia um telefone fixo sem bina, e você podia ligar milhares de vezes sem ser chamada de maluca. E mesmo quando eu era um bebezinho de colo e o celular era um tijolão pendurado na cintura, não existia nele o maldito identificador de chamadas. Além disso, quem tinha celular não ignorava as chamadas, como ocorre hoje em dia, simplesmente porque o cara queria exibir o tijolão pendurado, e dava orgulho quando aquilo tocava alto e o cara podia atender berrando pra todo mundo ver que ele tinha um celular. Era o máximo.

Hoje em dia as pessoas têm um celular de cada operadora, todos no vibra call e escondidos no bolso, na mochila, na bolsa, etc. Quando toca dá até medo de atender. O telefone fixo virou privilégio da família e amigos de infância. Pros outros a gente diz que não tem e pronto. Até que um dia, num futuro não muito distante, o telefone fixo deixará de existir. E com o advento do identificador de chamadas a gente se vê cada vez mais fazendo coisas bizarras, como por exemplo, pedir o serviço de número restrito à operadora. Mas tem gente que não atende ligações de número restrito, então a gente compra um chip novo, pois se a pessoa não atende ao seu número e nem ao número restrito, o jeito é ligar de um número diferente. Nesses casos também vale pegar emprestado o celular da santa melhor amiga, sempre solidária.

Mas além da evolução do toco via telefone, há outras formas oriundas do século XXI. Hoje em dia até o fuxico está controlado. Também tenho saudades do tempo em que havia um Orkut com doze fotos e todo mundo podia fuxicar sem ser descoberto. Mas aí inventaram a bina do Orkut e todo mundo passou a ter um perfil fake, pra poder fuxicar melhor sem ninguém saber. Até que bloquearam os álbuns, os recados, os vídeos e até os depoimentos. Estou vendo a hora em que até o Buddy Poke vai ser bloqueado. Que ódio.

O fato é que hoje em dia a pessoa pode te ignorar através de várias tecnologias. Você pode levar um pé-na-bunda via telefone fixo, celular (multiplica pelo número de operadoras existentes), Orkut, MSN, e-mail, e Twitter. Antigamente mandava-se recado por algum amigo, hoje manda-se recados digitais. Eu tenho uma amiga que nos anos 1990, levou um pé-na-bunda do noivo através de uma amiga que levou o recado. Só pra não sujar tanto assim a barra do rapaz, ele queria conversar pessoalmente, mas ela não quis mais falar com ele e ficou por isso mesmo. O recado era só um “precisamos conversar” que ela interpretou como término. Hoje é diferente. Um primo meu, por exemplo, levou um pé da namorada via depoimento de Orkut. (O_O) Poi zé, também fiquei bege. Já vi gente terminar por e-mail. Eu mesma já levei um pé via MSN, o cara me excluiu e pronto. Ainda bem que dá pra ver quem deleta a gente do MSN. Isso sem contar as vezes em que fui ignorada pela maldita bina do telefone. Quem nunca foi que atire a primeira pedra. Amo a tecnologia, mas às vezes, vou te contar, irrita!

Termino este texto com aquela célebre frase que eu não sei quem disse, mas serve pra dar um up nas bundas que sofrem com os pés alheios: “Não deixe que nada te desanime, pois até mesmo um pé na bunda te empurra pra frente”.



(*) Pleonasmo do pleonasmo em homenagem ao vendedor de doces do ônibus de outro dia: “Tenho aqui diversas variedades diferentes de doces... blá, blá, blá... alguém interessado?” kkkkkkkkkkkk............... Adorei e tô usando.